o passado se torna lindo pois nos nao estamos mais naquela situação, somos tendenciosos a apenas lembrar de coisas boas que vivemos e esquecer as ruins, por isso o passado é tao bom, mas se refletirmos a fundo o que estávamos sentindo de verdade talvez, nao sentiríamos esse sentimento de saudades do que ja passou
Lorena você não está sozinha sozinha nessa mesa da melancolia. Tenho tantas saudades,tantas faltas que no final o que sempre falta sou eu. Eu sempre estou ausente no presente pois o passado se tornou meu lar,no qual não consigo sair e tenho medo de deixá-lo. A solidão,a melancolia,a nostalgia,tudo isso é mais eu do que eu um dia poderei ser sem esses tais sentimentos.
Há algum tempo também me peguei apegado ao passado... Parei pra senti-lo — e senti. Senti toda a parte boa que havia ali, principalmente com as pessoas. Mas resolvi olhar pro que era ruim também. Isso me fez perceber que não era tão bacana me apegar ao passado, porque, embora ele tivesse beleza, também me trouxe dor.
Decidi desapegar. O que já foi me forjou. A dor me trouxe maturidade, discernimento e consciência de quem eu sou hoje — mas eu já não a vivo mais. Hoje me curei dela, e isso me faz acreditar que o agora está muito melhor do que o passado. Sei que tudo aquilo que foi já não é mais a mesma coisa; todo aquele contexto está em outro movimento, e só pode existir no hoje algo diferente daquilo — assim como eu sou diferente.
Foi uma lição que me guiou pra que eu pudesse me pertencer, me acolher e me questionar: o quanto mais posso fazer pra melhorar o meu agora?
O presente é lindo e me oferece, o tempo todo, novas oportunidades, possibilidades e portas pra crescer como pessoa. Tenho fé de que é através dele que tenho mais chances de construir um futuro mais feliz.
Eu te entendo completamente, Lorena. É estranho que mesmo quando criança eu já sentia uma saudade antecipada, que eu nunca soube explicar muito bem, por saber que eu estava crescendo e estava acabando. As crianças ao meu redor mudando, se tornando pré adolescentes, e eu me sentindo deslocada por não conseguir acompanhar e ser apegada demais ao passado. Acho que isso é um grande problema na minha vida, mas não sei quem eu serei sem sentir nostalgia.
Oi, Lorena! Gostei muito de seu texto. Me tocou bastante o que você trouxe em relação ao período pandêmico. Compartilho com você essa sensação que ficou. E é difícil dizer abertamente sobre isso. Como vamos dizer que sentimos algum tipo de saudade ou nostalgia de um tempo tão difícil, com tantas perdas e sofrimentos? Mas confesso que sinto algo semelhante no tocante às relações construídas naquele tempo. Parecia haver um sentimento coletivo de pertencimento, de vulnerabilidade e medo que de algum modo nos aproximava, ou ao menos, diminuía algumas distâncias. E isso passou quando voltamos a uma suposta “normalidade”. Como você disse: as pessoas voltaram para seus grupos sociais, para suas velhas rotinas, seguiram adiante. Para mim, é como se tivesse ficado uma ferida aberta que ainda não cicatrizou. Ficaram sequelas que nunca soube dimensionar. Ainda que não tenha perdido nenhum familiar, mas perdi colegas, conhecidos, vizinhos, enfim várias pessoas desconhecidas se foram, quando poderiam ter vivido mais tempo. A sensação que tenho é que as pessoas hoje já nem lembram mais, é como se nunca tivesse acontecido.
Eu me vi em cada palavra sua Tassya! É exatamente essa sensação de ter sido "deixada" em um ponto na qual todos já seguiram em frente, e se quer se lembram
eu me sinto exatamente assim, tbm as vezes bate saudade de viver 2020 mesmo sabendo que foi muito ruim. Em relação a minha infância, sinto que nunca vou superar, nunca vou ser tão feliz quanto eu fui quando criança. essa é uma dor que não passa.
acho que há beleza em se perder na versão de nós mesmas que estamos acostumadas. Talvez só assim podemos realmente conhecer um lado nosso que não sabíamos que exisita
o passado constrói as pessoas mas o presente de torna o passado, o passado que aprendermos a ler a escrever, tudo que queremos é voltar a essa "nostalgia" mesmo quando os tempos antigos não era tão bons como a pandemia. Sou uma pessoa que é difícil de se desprender ao passado, é algo que me acompanha, mas quando percebo que meu presente irá tornar passado e quando eu estiver nos meus 84 anos desejando voltar para mera jovem que sou... Eu crio mais vida, então é um ciclo difícil sair mas é relaxante quando finalmente se livra.
Eu me perdi no passado a muito tempo. Nem procuro mais me reencontrar. A melancolia é agradável, por isso pretendo continuar. É bom saber que tem mais alguém no mundo que se sente assim. Meus amigos me chamam de "Poeta da dor" porque eu escrevo sempre que estou sofrendo. Para criar arte é necessário sentirmos um pouquinho de tristeza, é como se encontrássemos consolo nas palavras escritas.
Isso seria facilmente algo escrito por mim... eu daria meu mundo para voltar no tempo. E uma das coisas que mais me deixam profundamente triste é saber que nunca será possível.
A forma que tento lidar é pensar que o hoje também será um dia que no futuro, eu desejaria voltar.
O tanto que me identifiquei, constumo pensar que sou feita de melancolia e nostalgia, o passado meio que me abraça. Não sei muito como te ajudar, mas, algo que tenho tentado ultimamente é olhar para o passado e criar afirmações para me incentivar a não morar muito nelas, sabe. Uma tentativa de refletir sobre o presente e afirmar que aquela pessoa que viveu aquela época sou eu e que posso seguir. Com certeza um contexto específico específico não se repete, mas eu estou aqui e sei que posso fazer coisas novas ou apenas repetir no aqui e agora.
Que texto lindo ❤️ queria ter algum conselho pra dar, mas infelizmente sofro do mesmo problema :/ o que posso repassar é um exercício que tenho praticado: pensar que esse exato momento de agora eu vou estar relembrando lá na frente, então tento vivê-lo mais intensamente. Faz sentido? Não sei. Mas tem me ajudado a ficar mais presente nas coisas.
Essa parte do final me atravessou. Eu também já me perguntei quem sou sem a dor, sem esse saudosismo que me empurra para a escrita. Entendo esse medo de que, ao deixar o passado ir, a gente acabe se distanciando daquilo que mais ama em si mesma, a escrita, a arte, a expressão. Mas talvez a nossa essência criativa não esteja presa à dor em si, e sim à intensidade com que sentimos o mundo. E isso, a sensibilidade, não se perde. Ela só muda de forma. Escrever a partir da cura também é arte, também é profundo. E se reinventar não é deixar de ser escritora, é provar, mais uma vez, que se é uma por inteiro.
Descobri hoje que respondi seu comentário sem estar diretamente respondendo, ai ficou um comentário a parte, sorry 🥲
Essa frase final realmente me fez pensar muito. Talvez o ponto seja equilibrar, até pq a gente acaba limitando nossa arte ao fazer dela > apenas < reflexo da dor né?
o passado se torna lindo pois nos nao estamos mais naquela situação, somos tendenciosos a apenas lembrar de coisas boas que vivemos e esquecer as ruins, por isso o passado é tao bom, mas se refletirmos a fundo o que estávamos sentindo de verdade talvez, nao sentiríamos esse sentimento de saudades do que ja passou
Exatamente isso!
Lorena você não está sozinha sozinha nessa mesa da melancolia. Tenho tantas saudades,tantas faltas que no final o que sempre falta sou eu. Eu sempre estou ausente no presente pois o passado se tornou meu lar,no qual não consigo sair e tenho medo de deixá-lo. A solidão,a melancolia,a nostalgia,tudo isso é mais eu do que eu um dia poderei ser sem esses tais sentimentos.
Me identifiquei completamente!!!
Há algum tempo também me peguei apegado ao passado... Parei pra senti-lo — e senti. Senti toda a parte boa que havia ali, principalmente com as pessoas. Mas resolvi olhar pro que era ruim também. Isso me fez perceber que não era tão bacana me apegar ao passado, porque, embora ele tivesse beleza, também me trouxe dor.
Decidi desapegar. O que já foi me forjou. A dor me trouxe maturidade, discernimento e consciência de quem eu sou hoje — mas eu já não a vivo mais. Hoje me curei dela, e isso me faz acreditar que o agora está muito melhor do que o passado. Sei que tudo aquilo que foi já não é mais a mesma coisa; todo aquele contexto está em outro movimento, e só pode existir no hoje algo diferente daquilo — assim como eu sou diferente.
Foi uma lição que me guiou pra que eu pudesse me pertencer, me acolher e me questionar: o quanto mais posso fazer pra melhorar o meu agora?
O presente é lindo e me oferece, o tempo todo, novas oportunidades, possibilidades e portas pra crescer como pessoa. Tenho fé de que é através dele que tenho mais chances de construir um futuro mais feliz.
Murilo, chega printei o seu comentário para reler em determinados momentos. Eu espero que consiga me desprender a isso, igual a você.
Ficarei feliz se te ajudar de alguma forma!
Eu te entendo completamente, Lorena. É estranho que mesmo quando criança eu já sentia uma saudade antecipada, que eu nunca soube explicar muito bem, por saber que eu estava crescendo e estava acabando. As crianças ao meu redor mudando, se tornando pré adolescentes, e eu me sentindo deslocada por não conseguir acompanhar e ser apegada demais ao passado. Acho que isso é um grande problema na minha vida, mas não sei quem eu serei sem sentir nostalgia.
que lindo
Adorei o texto, e eu fiz um post exatamente sobre este tema em específico!! Seria muito legal se você desse uma lida: https://substack.com/@clubedaleh/note/p-166534327?r=5wf6j0
Vou ler sim!!
Oi, Lorena! Gostei muito de seu texto. Me tocou bastante o que você trouxe em relação ao período pandêmico. Compartilho com você essa sensação que ficou. E é difícil dizer abertamente sobre isso. Como vamos dizer que sentimos algum tipo de saudade ou nostalgia de um tempo tão difícil, com tantas perdas e sofrimentos? Mas confesso que sinto algo semelhante no tocante às relações construídas naquele tempo. Parecia haver um sentimento coletivo de pertencimento, de vulnerabilidade e medo que de algum modo nos aproximava, ou ao menos, diminuía algumas distâncias. E isso passou quando voltamos a uma suposta “normalidade”. Como você disse: as pessoas voltaram para seus grupos sociais, para suas velhas rotinas, seguiram adiante. Para mim, é como se tivesse ficado uma ferida aberta que ainda não cicatrizou. Ficaram sequelas que nunca soube dimensionar. Ainda que não tenha perdido nenhum familiar, mas perdi colegas, conhecidos, vizinhos, enfim várias pessoas desconhecidas se foram, quando poderiam ter vivido mais tempo. A sensação que tenho é que as pessoas hoje já nem lembram mais, é como se nunca tivesse acontecido.
Eu me vi em cada palavra sua Tassya! É exatamente essa sensação de ter sido "deixada" em um ponto na qual todos já seguiram em frente, e se quer se lembram
E muito obrigada por ter lido!
Já leu O perigo de estar lúcida? Me identifiquei com o seu texto e lembrei muito desse livro ❤️
Nunca li! Vou colocar na lista agora
eu me sinto exatamente assim, tbm as vezes bate saudade de viver 2020 mesmo sabendo que foi muito ruim. Em relação a minha infância, sinto que nunca vou superar, nunca vou ser tão feliz quanto eu fui quando criança. essa é uma dor que não passa.
acho que há beleza em se perder na versão de nós mesmas que estamos acostumadas. Talvez só assim podemos realmente conhecer um lado nosso que não sabíamos que exisita
o passado constrói as pessoas mas o presente de torna o passado, o passado que aprendermos a ler a escrever, tudo que queremos é voltar a essa "nostalgia" mesmo quando os tempos antigos não era tão bons como a pandemia. Sou uma pessoa que é difícil de se desprender ao passado, é algo que me acompanha, mas quando percebo que meu presente irá tornar passado e quando eu estiver nos meus 84 anos desejando voltar para mera jovem que sou... Eu crio mais vida, então é um ciclo difícil sair mas é relaxante quando finalmente se livra.
Pensar por esse lado realmente ajuda
Eu me perdi no passado a muito tempo. Nem procuro mais me reencontrar. A melancolia é agradável, por isso pretendo continuar. É bom saber que tem mais alguém no mundo que se sente assim. Meus amigos me chamam de "Poeta da dor" porque eu escrevo sempre que estou sofrendo. Para criar arte é necessário sentirmos um pouquinho de tristeza, é como se encontrássemos consolo nas palavras escritas.
Nossa, é exatamente isso!
Isso seria facilmente algo escrito por mim... eu daria meu mundo para voltar no tempo. E uma das coisas que mais me deixam profundamente triste é saber que nunca será possível.
A forma que tento lidar é pensar que o hoje também será um dia que no futuro, eu desejaria voltar.
Tenho tentado colocar esse pensamento em prática também, mas é complicado quando sua mente fica voltando ao que já se foi o tempo inteiro né?
O tanto que me identifiquei, constumo pensar que sou feita de melancolia e nostalgia, o passado meio que me abraça. Não sei muito como te ajudar, mas, algo que tenho tentado ultimamente é olhar para o passado e criar afirmações para me incentivar a não morar muito nelas, sabe. Uma tentativa de refletir sobre o presente e afirmar que aquela pessoa que viveu aquela época sou eu e que posso seguir. Com certeza um contexto específico específico não se repete, mas eu estou aqui e sei que posso fazer coisas novas ou apenas repetir no aqui e agora.
Vou tentar fazer isso também! Nós, almas melancólicas, precisamos nos ajudar kakakaka
Que texto lindo ❤️ queria ter algum conselho pra dar, mas infelizmente sofro do mesmo problema :/ o que posso repassar é um exercício que tenho praticado: pensar que esse exato momento de agora eu vou estar relembrando lá na frente, então tento vivê-lo mais intensamente. Faz sentido? Não sei. Mas tem me ajudado a ficar mais presente nas coisas.
Faz sentindo sim!! Vou tentar ter mais dessa visão nesses momentos
Essa parte do final me atravessou. Eu também já me perguntei quem sou sem a dor, sem esse saudosismo que me empurra para a escrita. Entendo esse medo de que, ao deixar o passado ir, a gente acabe se distanciando daquilo que mais ama em si mesma, a escrita, a arte, a expressão. Mas talvez a nossa essência criativa não esteja presa à dor em si, e sim à intensidade com que sentimos o mundo. E isso, a sensibilidade, não se perde. Ela só muda de forma. Escrever a partir da cura também é arte, também é profundo. E se reinventar não é deixar de ser escritora, é provar, mais uma vez, que se é uma por inteiro.
Descobri hoje que respondi seu comentário sem estar diretamente respondendo, ai ficou um comentário a parte, sorry 🥲
Essa frase final realmente me fez pensar muito. Talvez o ponto seja equilibrar, até pq a gente acaba limitando nossa arte ao fazer dela > apenas < reflexo da dor né?